Pesquisa aponta que 53% dos profissionais LGBT+ já testemunharam discriminação no trabalho
Especialista Michelle Heringer alerta que discriminação impacta a saúde
mental e a produtividade, e reforça a necessidade de medidas concretas para
inclusão
Segundo a pesquisa realizada
pela consultoria Travessia – Estratégias em Inclusão, foi revelado que 53% dos
entrevistados que fazem parte da comunidade LGBT+ conhecem alguém que já sofreu
preconceito no trabalho, o que evidencia a persistência desse problema no
mercado corporativo.
O estudo, intitulado
“Experiências LGBTQIAPN+ no Ambiente de Trabalho”, entrevistou 111 pessoas e
apontou que 24% disseram já ter sido vítimas de tokenismo – quando as empresas
adotam práticas superficiais de inclusão apenas para aparentar diversidade, sem
mudanças estruturais reais.
Para a advogada especialista
em assédio no trabalho, Michelle Heringer, é preciso ir além do discurso e
adotar ações concretas para reforçar essa realidade. “A construção de um
ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo exige comprometimento das
lideranças, políticas claras de diversidade e canais seguros para denúncias.
Além de ser uma obrigação legal e ética, promover a inclusão fortalece a
cultura organizacional, melhora o clima interno e impulsiona a inovação, já que
equipes diversas tendem a ser mais criativas e produtivas”, afirma.
Além disso, 75% dos
entrevistados afirmaram que suas empresas não possuem programas de contratação
afirmativos para profissionais LGBT+, e 60% destacaram que não há metas
institucionais para a inclusão dessa população. A ausência dessas iniciativas
contribui para a perpetuação de um ambiente hostil e pouco receptivo à
diversidade.
A advogada alerta ainda para
os impactos negativos da discriminação contra profissionais LGBT+. “O
preconceito pode se manifestar de diversas formas, desde piadas e comentários
inadequados até barreiras invisíveis que impedem a ascensão profissional.
Muitas vezes, a discriminação ocorre de maneira sutil, mas seus efeitos são
profundos, afetando a autoestima, a saúde mental e o desempenho dos
trabalhadores”, conclui.